sábado, 18 de setembro de 2010

Gal Fatal 2 - Jards Macalé e, Bruxelas






No primeiro post sobre o Disco Gal Fatal, termino falando a respeito de uma música de Jards Macalés, Mal Secreto, que descobri apenas esse ano, mas tem me encantado tanto como diversas outras músicas desse disco. Descobri Macalé após uma entrevista que li na revista Rolling Stones enquanto estava no trajeto de trem de Bruges pra Bruxelas em junho desse ano. Na reportagem, Jards Macalé conta de sua viagem para Londres numa visita a Gil e Caetano durante o exílio e seu primeiro contato com o mundo lisérgico dos festivais da Inglaterra daquela época. Claro que essa reportagem fala a respeito do disco Gal Fa-tal, na qual Jards Macalé tem grande participação.





Não sei porque também, foi em Bruxelas o lugar que mais escutei música brasileira nesses últimos tempos, por conta da sensação de brasilidade dessa cidade, talvez por sua arquitetura decadente e suas ruas desordenadas da Cidade Baixa, que me remeteu a Bela Vista em São Paulo. Uma antítese urbanística de Paris, apesar da influência francesa nos palácios e jardins da cidade. Essa lembrança do Brasil também pode ter sido por conta da enorme influência africana em Bruxelas, assim como por conta dos prédios espelhados da cidade alta, muito parecida com a modernidade que encontramos na nova região econômica de SP.








Também acho que ajudou a me encantar por esse disco, o fato de no dia anterior ter entrado pro jogo do Mario Bros, o que intensificou meu encontro com surrealismo de Magrite e outras belas artes flamengas. Escutei esse disco da Gal sob todas essas influências. Talvez por conta do ambiente e momento de sua descoberta, o disco acaba tendo uma importância ímpar, assim como foi com o disco Ben, que escutei suas músicas pela primeira vez com uma turma de violeiros em frente a uma das igrejas de Ouro Preto.







Jards Macalé tem outras 2 músicas nesse disco. Vapor Barato já conhecia, é famosa na versão do Rappa, que nunca achei nada demais. Mas no disco da Gal parece que ela tem seu valor sim. Ontem, na Casa da Matriz, tocou a versão do Rappa. Foi mais legal ouvir essa música depois de me acostumar com a versão de Gal...é bom ouvir e cantar o trecho “Eu não preciso de muito dinheiro, graças a Deus...”






Já em Hotel das Estrelas, como Mal Secreto, parece que esse som foi criado tudo sob a influência de Londres, de Jimi Hendrix. O baixo começa, silenciosamente. É um blues. Lento... E o refrão é bem animado, bem ao estilo dos Mutantes.





“Olhar a cidade me acalma... Rio e também posso chorar...”

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