sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Gal Fatal 1 - Como 2 e 2 e Mal Secreto





Tive acesso ao Gal Fatal no começo desse ano, quando mais uma vez vi esse disco numa lista dos 100 mais da MPB. Logo de primeira me interessei pela música Como 2 e 2, que lembro de ter ouvido outras vezes, mas ficou perdida junto com tantas outras coisas do passado. Nas semanas seguintes virou meu hit. Quis mostrar pra todo mundo, como todo tipo de música que te vicia. Alguma coisa me dizia que era do Caetano ou do Roberto como dia desses confirmei. Teve um impacto parecido com Tigreza, som do final dos anos 70 do Caetano, fator chave na minha tentativa de sua redescoberta.







Como 2 e 2 foi cantada por Gal no período que Caetano estava no exílio em Londres. Essa música já incorpora um pouco da alegria melancólica das canções do rock inglês do final dos 60. Há duas versões dessa música no Fatal. Uma é mais MPB. Leve, meio adolescente...Já a segunda versão o baixo traz o silêncio melancólico do blues junto com um uma melodia doce. Como em muitas músicas desse disco, é aquele tipo de som que dá vontade de fechar os olhos e pensar que dia ta lindo lá fora e lembrar que minha bike está me esperando pra dar uma volta pela praia.







Mas o som que me marcou profundamente nesse disco, como há muito tempo não acontecia, é Mal Secreto, do Jards Macalé e Wally Salomão, que tanto já tinha ouvido falar. O som já começa bombástico, com um baixo vindo do funk americano, uma harmonia flower power e uma guitarra do mais puro blues. Tudo tão próximo da música americana do final dos 60. Porém a música traz alguma brasilidade que não sei explicar, sugerindo que estamos no Rio de Janeiro do início dos 70. Com a interpretação de Gal os versos ganham mais intensidade. Tudo fica tão denso, como um grito de Janis Joplin. A música adquire um sabor diferente. O final é um hard rock clássico dos anos 70. E fecha com um blues novamente. Parece que a música foi feita pra mim...





“Não choro. Meu segredo é que sou rapaz esforçado, fico parado, calado, quieto. Não corro, não choro, não converso. Massacro meu medo, mascaro minha dor. Já sei sofrer. Não preciso de gente que me oriente... Se você me pergunta. Como vai? Respondo sempre igual, Tudo legal...



Mas quando você vai embora, movo meu rosto no espelho. Minha alma chora. Vejo o Rio de Janeiro....Veja o Rio de Janeiro... E tudo mais jogo num verso. Intitulado Mal Secreto...Veja o Rio de Janeiro...Veja o Rio de Janeiro...”


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